As tarifas de Trump podem acabar com a Altseason?

As disputas comerciais globais sempre causam desgastes nos mercados, e o Bitcoin, apesar de sua resiliência, pode não estar imune a esse cenário.

Com as novas tarifas impostas por Donald Trump, uma grande mudança econômica pode estar se desenhando – e seu impacto sobre o mercado cripto parece incerto.

Será que estamos diante de uma ameaça ao Bitcoin ou de um novo gatilho para valorização?

A resposta pode estar em como o mercado irá reagir ao Dilema de Triffin e às estratégias econômicas globais.

O que vem a seguir pode surpreender – e é exatamente isso que vamos explorar agora.

• O Dilema de Triffin e a Armadilha do Dólar

• Plaza Accord

• E como fica o mercado cripto nessa equação?

  • 1. O Dólar Enfraquece

  • 2. Temos uma Guerra Comercial Prolongada

O Dilema de Triffin e a Armadilha do Dólar

O economista Robert Triffin descreveu, nos anos 1960, um paradoxo que afeta qualquer moeda que se torna a principal reserva global.

No caso do dólar, sua aceitação mundial exige que os EUA forneçam liquidez suficiente ao mercado internacional.

Isso significa que o país precisa exportar dólares continuamente, o que só é possível por meio de déficits comerciais persistentes – importando mais do que exporta.

Esse sistema mantém o dólar forte e amplamente utilizado, mas ao custo de enfraquecer a indústria americana e tornar os EUA dependentes de crédito externo.

Ainda assim, os EUA tiram proveito desse modelo ao conseguirem tomar empréstimos a taxas mais baixas e manter influência sobre o sistema financeiro global.

Donald Trump quer desafiar essa dinâmica, buscando reduzir os déficits comerciais e fortalecer a economia doméstica sem comprometer as vantagens do dólar.

Sua principal ferramenta para isso?

 Tarifas comerciais sobre importações, que visam pressionar países a reduzir suas reservas em dólares e renegociar acordos comerciais.

Plaza Accord

Esse tipo de movimento não é novidade na história econômica.

Em 1985, o Plaza Accord foi um acordo coordenado entre os EUA, Japão, França, Alemanha Ocidental e Reino Unido para desvalorizar o dólar, tornando os produtos americanos mais competitivos no mercado global e fortalecendo sua indústria.

Agora, surge a pergunta: estamos à beira de um novo Plaza Accord?

O momento parece propício para uma nova reconfiguração cambial.

Uma desvalorização controlada do dólar daria aos Estados Unidos tempo para lidar com seu crescente déficit fiscal, que segue em uma trajetória exponencial.

Além disso, a combinação de um dólar forte e juros elevados de longo prazo encarece a dívida americana – adicionando ainda mais combustível a uma possível reavaliação da política econômica dos EUA

E como fica o mercado cripto nessa equação?

Embora os mercados tradicionais reajam com insegurança diante de um cenário macroeconômico novo e indefinido, o impacto para o Bitcoin e o mercado cripto pode ser bem diferente.

Podemos olhar essa situação sob duas perspectivas:

1. O Dólar Enfraquece

Se as tarifas e a guerra comercial resultarem na desvalorização do dólar e na queda dos juros de longo prazo, investidores tendem a migrar para ativos de risco,

O que é extremamente benéfico para o Bitcoin e outras criptomoedas.

Além disso, países afetados por tarifas frequentemente respondem com estímulos monetários, injetando dinheiro na economia para mitigar os impactos das disputas comerciais.

Historicamente, esse cenário favorece o Bitcoin, que se fortalece como um ativo alternativo em meio à liquidez excessiva.

2. Temos uma Guerra Comercial Prolongada

Se a guerra comercial se intensificar e perdurar, com retaliações dos países afetados, podemos ver um período inicial de retração econômica, impactando especialmente os mercados de renda variável.

No curto prazo, isso pode gerar uma aversão ao risco e pressionar o mercado cripto.

Porém, a médio e longo prazo, a resposta natural dos bancos centrais tende a ser estímulos ainda mais agressivos para reaquecer a economia – o que, novamente, favorece o Bitcoin como reserva de valor.

Quanto mais dinheiro impresso, mais atrativo se torna um ativo descentralizado, imutável e escasso.

Em resumo:

✔️ Se o dólar perde força, o Bitcoin ganha tração.

✔️ Se a política monetária se torna expansionista, o Bitcoin tende a se valorizar.

✔️ Se a incerteza global aumenta, o Bitcoin se fortalece como hedge financeiro.

Seja qual for o cenário, ficar de fora do mercado este ano, é certamente a pior opção.

Aviso Legal: As informações do Bit das Minas são educacionais e não representam aconselhamento financeiro ou recomendação de investimento. Faça sua própria pesquisa e consulte profissionais qualificados antes de qualquer decisão financeira. Invista com cautela.