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Trump, Tarifas e Caos
Seu portfólio está pronto para o impacto?
Se você é novo no mercado cripto, bem-vindo à montanha-russa!
E se você também está mergulhando no mundo da macroeconomia agora, parabéns: você escolheu um dos momentos mais intensos para acompanhar o setor.
A velocidade com que informações, políticas e narrativas se transformam desafia qualquer previsão coerente.
O que fazia sentido ontem pode ser completamente refutado amanhã.
E, no meio desse turbilhão, um fator ganha destaque: Donald Trump e seu impacto na economia global.

Por isso, uma coisa é certa, não adianta tentar analisar o mercado cripto, ver todos os dados onchain, fazer análise fundamentalista ou técnica sem levar em conta o cenário macroeconômico atual.
E é isso o que vamos tentar fazer hoje.

Trump e as 3 alavancas
O cenário de incerteza gerado pelas decisões políticas do presidente Donald Trump gira em torno de três alavancas principais:
Tarifas comerciais
Cortes de gastos
Redução de impostos
A grande questão é tentar entender como essas medidas afetam crescimento, inflação e mercado de capitais.
E quando eu digo tentar, é literal, porque nçao temos nenhum consenso sobre isso.
Mas o exercício é procurar responder se:
Trump pode, de fato, reduzir os juros?
Os cortes de gastos serão suficientes para sustentar sua política econômica?
E até onde ele realmente está disposto a ir com essas tarifas?
Se ele for agressivo demais na imposição de tarifas, países retaliariam?
E qual seria o impacto disso nos mercados?

Tarifas: o retorno de um modelo econômico?
Houve um tempo em que a economia americana era sustentada por tarifas.
Isso protegia a indústria local e impulsionava o crescimento interno.
Com o tempo, esse modelo foi substituído pela arrecadação via imposto de renda, que inicialmente variava entre 3% e 5%.
(Sim o imposto de Renda é uma invenção super recente, assim como todo o nosso sistema econômico 🫠)
Hoje, esse percentual pode ultrapassar 50% para os mais ricos.
A grande questão agora é: qual o impacto de um retorno ao protecionismo?
Se as empresas têm incentivos fiscais para crescer, mas os custos de importação aumentam, o saldo final é positivo ou negativo?
Bom economistas parecem estar polarizados em vieses ideológicos, o que torna a visão do horizonte ainda mais turva.
Economistas republicanos defendem menos impostos a todo custo, enquanto democratas criticam qualquer barreira comercial.
O que fica evidente é que o atual orçamento da Casa Branca não traz soluções transformadoras.
E o que vemos é uma economia fragilizada e um receio crescente de recessão.

O Fantasma da Recessçao volta aos holofotes
O fantasma da recessão, que parecia ter se dissipado, está de volta.
O Indicador de Recessão Sahm, historicamente confiável, já deu sinais de alerta há pouco menos de um ano.
Normalmente, ele antecipa uma recessão em um ou dois anos antes do Federal Reserve reconhecer oficialmente a crise.
E alguns dados recentes aumentam as preocupações:
GDP Now caiu de 1,51% para -2,8% em apenas um mês, a pior queda desde a pandemia.

PCE, que mede o consumo das famílias e representa 70% do PIB dos EUA, ficou praticamente estagnado em 0,01%.
PMI industrial caiu após um breve surto de crescimento, refletindo um esfriamento das indústrias. Bem como a demanda por novos pedidos.

Por isso, é importante reforçar que tarifas podem causar aumento nos preços, o que significa maior inflação e, muitas vezes, o oposto do que o mercado financeiro gosta: aperto quantitativo e juros altos.
E o problema é que o cenário atual é de queda generalizada: juros, dólar, petróleo e S&P 500 estão todos em baixa, o que não faz sentido dentro da lógica econômica tradicional.
A verdade é que esses dados são geralmente descorrelacionados. Porém só o são em cenários macroeconômicos favoráveis.
Se chegarmos a um ponto de desaceleração econômica severa, com inflação persistente, podemos ver todos os mercados caindo simultaneamente e enfrentar um período prolongado de austeridade,
Até que uma crise mais profunda force mudanças estruturais.
Se os dados continuarem ruins, mesmo com juros baixos, o mercado de renda variável pode cair junto, ao invés de explodir como muitos esperam.

E Onde o Bitcoin Se Encaixa Nisso Tudo?
O Bitcoin pode ganhar força como hedge contra incertezas, especialmente se sua narrativa de reserva de valor se fortalecer.
No entanto, o restante do mercado cripto pode sofrer.
Moedas menores e mais especulativas podem entrar em um ciclo prolongado de desvalorização caso a economia americana enfrente uma desaceleração severa.
Por outro lado, se as tarifas criarem pressões inflacionárias e os juros caírem para estimular o crescimento, o mercado cripto pode ter um momento de reaquecimento.
Mas, como sempre, tudo dependerá de como as alavancas serão movimentadas.

O Que Fazer Agora?
Acompanhe de perto as próximas decisões de política econômica, especialmente relacionadas às tarifas e ao Federal Reserve.
Mantenha-se atento à correlação entre mercados: a relação entre cripto, juros e inflação nunca esteve tão complexa.
Esteja pronto para volatilidade: o próximo ciclo de decisões pode definir o tom para 2025.

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